Lembra quando você me disse que eu era seu porto seguro?
Você também é o meu, só que eu ainda não te disse.

Bagunça

É na calada da noite que eu lembro da bagunça que eu sou, às vezes a madrugada parece assustadora, é como se todos meus sentimentos, angústias, medos e ansiedades aparecessem. É na madrugada que a insônia se instala, as lágrimas rolam e minha fragilidade aparece. E se eu despir minha alma? Alguém vai se interessar, se preocupar ou se excitar? O meu eu interior é um mundo desconhecido perante aos olhos dos outros, é a minha bolha, minha particularidade, o meu eu.

O meu externo é estampado por um sorriso, que disfarça todo o barulho, a bagunça, a angústia e o tormento por trás. Fumo um cigarro pra preencher um vazio que eu desconheço ou conheço? A vida é tão instável, pessoas entram e saem de nossas vidas, são tantas incertezas, onde podemos procurar alívio, conforto, amparo, equilíbrio? O cigarro me acalma, me conforta, instantaneamente, preenchendo aquele momento vazio, que eu realmente não sei o que fazer.

É uma busca constante para preencher um vazio, que eu não sei o que é, mas causa insegurança, medo, ansiedade, euforia, tremores, palpitações, tu come tão rápido que só percebe quando dói teu estômago, outras horas não sente vontade de comer, ou come sem saber porque. Tem dias que tu não tem vontade de sair da cama, tu se questiona porque tu tem essa rotina, tu não sabe como se reorganizar, mas o que precisa ser organizado? Já pensei em desistir de tudo, largar tudo e sumir pelo mundo ou largar tudo e sumir mesmo. Mas o que é esse tudo? O que eu realmente tenho? Quem realmente se importa? Parece que só não estando aqui eu terei respostas, mas como saberei sem estar aqui, será que existem respostas?